sábado, 14 de junho de 2014




DESAFIO XXXI - O meu estado de alma

Quando entrei e te vi o meu coração disparou, sem sossego, durante segundos que pareceram uma vida inteira. Na penumbra da sala, entre os cortinados esvoaçantes, entrava uma luz ténue de uma lua surpreendida – como eu – Os pés iniciaram, a medo, uma investida até ti. Quanto mais me aproximava mais tu te afastavas. O ritmo da minha marcha tornou-se estático, na esperança que a tua presença não desaparecesse. E a lua que não parava de espreitar! Parecia querer ser testemunha do nosso reencontro. Parada, em êxtase, recebi-te de alma aberta. Sabia que era por pouco tempo, mas não quis perder-te, mais uma vez. E deixei que te apoderasses do meu corpo e que rebolasses nos trajetos mais íntimos do meu ser. E senti-te. Muito perto. Tão perto que te ouvia sussurrar todas as palavras de amor que há muito não ouvia. E quando me preparava para te devolver as minhas carícias, a lua escondeu-se nas nuvens e tu desapareceste com ela. Nem imaginas o meu estado de alma!

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