quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


Recordo quanto tempo amei - nesse passado longínquo  - o teu singelo olhar enigmático; hoje, recordo e quero acreditar: eras um sonho; a outra face do amor. Sim, o teu corpo indelével a querer entranhar-se em mim – corpo descarnado: inerte.
A tua boca: segue procurando o impossível! As tuas pernas entrelaçadas, nas minhas, reclamam a posição excitante; a recusa constante da penetração – em sonho impossível – responde em sofrimento; a face oculta, será verdadeira?
Desfaleço finalmente (nos teus braços), deixo que me descubras – ávido de amor...
Vou, tu também, os nossos corpos colam. As entranhas sentem as gotas de suor, ouvem os gemidos, o pulsar intermitente; sonho, será isto um sonho, um desejo insuportável de algo mais – , desejo animalesco incapaz de parar – a procura total, o êxtase: este louco amor inolvidável: morreu comigo.

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