quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


O amanhecer  da aldeia acorda-nos (quase sempre) com uma neblina. Esta vai-se esvanecendo deixando aparecer o Sol (inibido), trazendo com ele os melros, as poupas, os boieiros... Os cheiros da terra húmida ,elevando-se no ar, entram nas nossas narinas. O som das crianças cantarolando na ida para a escola ,faça chuva, faça sol, recordam ,todos os dias, que são horas de descer à cozinha. É na cozinha que os aromas se misturam e nos deixam entontecidos (o pão saído do forno, as compotas, a manteiga fresca) e ávidos de saborear aquelas iguarias campestres. São estas maravilhas que nos dão força. Força para arrostar o asfalto negro -  asfalto negro  que nos conduz à cidade grande (cheia de odores tão diferentes). Mas a certeza (pois pensamos sempre de modo positivo) de que voltaremos à aldeia, aos inebriantes  aromas, aos sons,  ao silêncio da natureza... enche-nos a alma. E ao fim do dia, regressamos para um novo amanhecer .

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