quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014




Entre a bruma, arrastei o meu corpo (ensanguentado pelos açoites) aos tropeções : as unhas enterravam-se - na terra húmida e lamacenta - sedentas de um abrigo; os cabelos desgrenhados prendiam-se nos ramos sedentos de vida. O meu correr  lento, compassado, intercalava com galopantes arremessos de fúria, ira.
Desespero, angústias, medos, alegrias, mimos e carícias jorravam das minhas entranhas embebidas de bílis. E a bruma aproximava-se, cada vez mais...no meu encalço. E as minhas pernas caíram nas teias das areias que devoravam vertiginosamente um corpo flagelado pela indiferença do HOMEM!
O GRITO fez eco, mas ninguém ouviu!

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