O senhor Fósforo andava irrequieto, pesaroso, impossível de aturar. A
dona Lixa havia morrido há oito dias e o seu pesar já tinha sido ultrapassado
pela vontade de fornicar. Ir à avenida não lhe traria grande alento: as doenças
venéreas assustavam-no. Mas adorava fornicar! Tinham-lhe contado que havia um putbar
na cidade e que era “limpinho”, com miúdas bonitas e estrangeiras: a ideia de
usar raparigas escravizadas, também não lhe agradava. Mas adorava fornicar.
Passeava-se pela casa - irrequieto, pesaroso, impossível de aturar -
para trás e para a frente, às voltas e sempre com vontade de fornicar.
A menina Pedra Pomes, vizinha de duas casas acima, era uma quarentona,
solteira e como a vontade de fornicar não lhe passava - a ele - saiu decidido a
bater-lhe à porta. E bateu. E ela abriu e ele agarrou-a e ela agarrou-o. O senhor Fósforo saiu – nu -
ensanguentado, sem pau. Dona Pedra cortou o mal pela raiz. O senhor Fósforo não
pôde fornicar.
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