Estava ainda de camisa de noite, com restos de pétalas vermelhas espalhadas pelos cabelos – a esbranquiçar – e cheiro a jasmim, quando se lembrou daqueles olhos verdejantes (a fixarem os seus) e um rio de lágrimas indubitáveis a inundar aquele rosto esquelético – homem da sua vida.
A noite tinha-lhe sido dedicada.
À luz de um velho candelabro, deixou escorregar o vestido.
A morte iminente daquele ser tinha direito ao seu corpo
decrépito, enrugado mas emanando frescura – caiu na cama.
As mãos – outrora – brancas e esguias – hoje (ontem)
trémulas acariciaram um corpo triste. O vento entrou – calado – no quarto e
roubou o último suspiro.
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