quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015


 SONHEI QUE ELA SONHOU

Desgarrada, saiu, desbravando os campos de milho em direção ao crescente do firmamento. Braços abertos querendo agarrar o vento, corpo melodioso na sua correria e cabelos alvoroçados, ela foi...
Foi e não sabia onde ia, mas foi...
O calor que cavalgava na ondulação do campo chamou-a. Chamou-a e pediu-lhe que o abraçasse. Ela sentiu um arrepio quando s olhou, de súbito, o vestido pendurado numa espiga e a vontade veio-lhe. A combinação deixava prever um corpo angelical, de seios afiados e com vontade. Os sapatos descaíram dos seus pés e entrelaçaram-se nas papoilas. E ela deslizou na seara deixando que o sol e o vento a beijassem. Sentiu um arrepio, outro arrepio e os olhos entreabriram-se, deixando cair um braço num vulto que ao seu lado já não a queria... e acordou e uma gota escorreu pela sua cara.

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